O Dia
Nacional da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no
Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na
sociedade brasileira.
A data foi
escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em
1695.
Portanto
nossa escola em comemoração a semana da consciência negra, teve algumas atividades com a temática africana envolvendo a literatura,
musica, história e filmes. Segue o primeiro capítulo do poema de Castro Alves - O Navio Negreiro, que uma aluna do 7º ano realizou a leitura
Castro Alves
O Navio Negreiro
I
'Stamos em pleno mar... Doudo no
espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de
ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido
tesouro...
'Stamos em pleno mar... Dois
infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos,
sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o
oceano?...
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as
velas
Ao quente arfar das virações
marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos
mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai? Das naus
errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o
espaço?
Neste saara os corcéis o pó
levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o
firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a
brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto
ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela
proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a
esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!
Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as
gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas
asas.
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